segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Logística Solidária e Sustentável, é possível?




Logística reversa e logística verde são modalidades dentro da Logística que visam minimizar impactos contra o meio ambiente no processo produtivo e promover a sustentabilidade. Contudo, há uma nova modalidade surgindo gradativamente no mercado, a chamada Logística Solidária.
Apesar de ser um assunto pouco abordado e um termo ainda incipiente, há dúvidas se essa ação seja viável e possível. Afinal, a logística pode ser solidária e ainda ser uma prática embasada na sustentabilidade?
Minha resposta é: "Ironicamente", sim!
No ano de 2009 motivada por pesquisas envolvendo um estudo de caso de uma ONG, percebi como a Logística pode ser ferramenta útil e eficaz permitindo a otimização de ações abrangendo coleta, triagem e distribuição segura de alimentos perecíveis que seriam descartados e jogados no lixo, dando a eles outro destino mais nobre: a mesa de pessoas carentes assistidas por diversas associações.
No entanto, respondi “ironicamente” por constatar que a logística no Brasil é uma faca de dois gumes: pesquisas também revelam que até chegar às mãos do consumidor final,  nas etapas de produção, distribuição, comercialização, ocorrem perdas significativas de alimentos principalmente nas atividades e operações logísticas como no armazenamento, transporte e manuseio desses produtos.
Sabe-se que parte da perda é inevitável e não recuperável por se tratar de alimentos frescos e por natureza, perecíveis. Mas verifica-se que os volumes dessas perdas são exorbitantes e não há um esforço integrado entre Governo e empresas privadas para mudanças de tal situação.
Assim, em se tratando de manejo com produtos perecíveis, as etapas logísticas deveriam ser eficientes e integradas. Sob esse prisma, a Logística Solidária tem muito a ensinar. Tendo como fundamento a Economia Solidária ela busca a inclusão socioeconômica, a geração de trabalho, renda e riquezas, a valorização das relações humanas e o respeito ao meio ambiente.
Essas boas ações assistenciais (e não assistencialistas) já afirmam e demonstram que é possível construir uma cadeia logística solidária, não só reaproveitando alimentos que seriam destinados ao lixo como também abastecendo pessoas carentes de forma contínua e segura. Um exemplo disso é a atuação de várias organizações não-governamentais que utilizam a logística na coleta de doações, e na distribuição, direcionando esses alimentos doados à outras entidades assistenciais.
Para que haja um controle permanente do desperdício e a luta contra a fome, especificamente, é certo que ainda são necessárias também mudanças de valores para a criação de uma verdadeira consciência de solidariedade já que requer a participação de todos os atores sociais (governo, empresas, sociedade, eu e você) mas creio que pouco a pouco chegaremos lá.
Valeria Oliveira

Fonte:
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