Logística reversa e logística verde são modalidades
dentro da Logística que visam minimizar impactos contra o meio ambiente no
processo produtivo e promover a sustentabilidade. Contudo, há uma nova
modalidade surgindo gradativamente no mercado, a chamada Logística Solidária.
Apesar de ser um assunto pouco abordado e um termo
ainda incipiente, há dúvidas se essa ação seja viável e possível. Afinal, a
logística pode ser solidária e ainda ser uma prática embasada na
sustentabilidade?
Minha resposta é: "Ironicamente", sim!
No ano de 2009 motivada por pesquisas envolvendo um
estudo de caso de uma ONG, percebi como a Logística pode ser ferramenta útil e
eficaz permitindo a otimização de ações abrangendo coleta, triagem e distribuição
segura de alimentos perecíveis que seriam descartados e jogados no lixo, dando
a eles outro destino mais nobre: a mesa de pessoas carentes assistidas por
diversas associações.
No entanto, respondi “ironicamente” por constatar
que a logística no Brasil é uma faca de dois gumes: pesquisas também revelam que até chegar às mãos do consumidor
final, nas etapas de produção,
distribuição, comercialização, ocorrem perdas significativas de alimentos
principalmente nas atividades e operações logísticas como no armazenamento, transporte
e manuseio desses produtos.
Sabe-se que parte da
perda é inevitável e não recuperável por se tratar de alimentos frescos e por
natureza, perecíveis. Mas verifica-se que os volumes dessas perdas são
exorbitantes e não há um esforço integrado entre Governo e empresas privadas
para mudanças de tal situação.
Assim, em se tratando de manejo com produtos perecíveis, as etapas logísticas
deveriam ser eficientes e integradas. Sob esse prisma, a Logística Solidária tem
muito a ensinar. Tendo como fundamento a Economia Solidária ela busca a
inclusão socioeconômica, a geração de trabalho, renda e riquezas, a valorização
das relações humanas e o respeito ao meio ambiente.
Essas boas ações
assistenciais (e não assistencialistas) já afirmam e demonstram que é possível
construir uma cadeia logística solidária, não só reaproveitando alimentos que
seriam destinados ao lixo como também abastecendo pessoas carentes de forma contínua
e segura. Um exemplo disso é a atuação de várias organizações
não-governamentais que utilizam a logística na coleta de doações, e na
distribuição, direcionando esses alimentos doados à outras entidades
assistenciais.
Para que haja um
controle permanente do desperdício e a luta contra a fome, especificamente, é
certo que ainda são necessárias também mudanças de valores para a criação de
uma verdadeira consciência de solidariedade já que requer a participação de
todos os atores sociais (governo, empresas, sociedade, eu e você) mas creio que
pouco a pouco chegaremos lá.
Valeria Oliveira
Fonte:
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